TEATRO DA TRINDADE (Rua Nova da Trindade)


Este é um dos espaços onde ocorre um dos famosos episódios da vida romântica d’ Os Maias.

 

Pararam à porta do Teatro da Trindade no momento em que de uma tipoia de praça se apeava um sujeito de barbas de apóstolo, todo de luto, com um chapéu de largas abas recurvas à moda de 1830.“ Os Maias (cap. XVI)

 

Numa noite de sábado, 30 de novembro de 1867, o Teatro da Trindade abria pela primeira vez as suas portas, nascendo assim aquele que viria a ser, e permaneceu ao longo destes 140 anos, um dos mais importantes e belos teatros de Lisboa. Alguns anos depois, em 1888, foi tomada pública a 1.ª edição de Os Maias, talvez o mais notável romance de toda a literatura portuguesa. Nele, o seu autor, Eça de Queiroz, imaginou uma significativa cena passada neste teatro, “O Sarau do Teatro da Trindade”.

In https://lisboadeantigamente.blogspot.com/2016/06/theatro-da-trindade.html, 09-06-2016

(consult. a 17-02-2022, com supressões)


O Sarau no Teatro da Trindade é um episódio da crítica de costumes que ocorre “quando a ação do romance se vai aproximando do fim”. O sarau é um espetáculo de beneficência que é considerado por Carlos e Ega “mediocridade e solenidade oficial”, revelando o atraso cultural e a hipocrisia da sociedade portuguesa.

Carlos Reis, Educação Literária – Leituras Orientadas, Os MaiasEça de Queirós, Porto, Porto Editora, pp. 27-29

A falta de educação, respeito e apreciação por parte dos espectadores da alta sociedade só demonstra o mísero desenvolvimento de Portugal na época.

“E, com efeito, quando pela escada ornada de plantas chegaram ao antessalão (…)”.

“De ambos os lados se cerravam filas de cabeças, embebidas, enlevadas, atulhando os bancos de palhinha até junto ao tablado, onde dominavam os chapéus de senhoras picados por manchas claras de plumas ou flores. Em volta, de pé, encostados aos pilares ligeiros que sustêm a galeria reflectidos pelos espelhos (…). Por cima, no parapeito de veludo da galeria, corria outra linha de senhoras (…)”

Os Maias (cap. XVI)


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