Quinta dos Olivais – "TOCA"
“Craft ficava nos Olivais, de robe-de-chambre.” Eça de Queirós, Os Maias, Porto, Porto Editora, 2021, pg. 199
“– Isto é encantador! – repetia ela.
– É um paraíso! Pois não lhe
dizia eu? É necessário pôr um nome a esta casa… Como se há de chamar? Vila
Marie? Não. Château Rose… Também não, credo! Parece o nome de um
vinho. O melhor é batizá-la definitivamente com o nome que nós lhe dávamos. Nós
chamávamos-lhe a Toca.
Maria Eduarda achou originalíssimo o nome de Toca. […]” Os Maias (cap. XIII)
A Toca surge “como o lugar dos
encontros amorosos de Carlos e Maria Eduarda, nos Olivais. Propriedade de
Craft, é arrendada por Carlos para aí residir a sua amada e preservar a
intimidade da sua relação. Diz o narrador que "Carlos lembrou se logo da
bonita casa do Craft, nos Olivais - como já noutra ocasião em que ela mostrara
desejos de ir para o campo. Justamente, nesses últimos tempos Craft voltara a
falar, e mais decidido, no antigo plano de vender a quinta, e desfazer se das
suas coleções. Que deliciosa vivenda para ela, artística e campestre,
condizendo tão bem com os seus gostos!" Os Maias (Cap. XII)
O nome de Toca é atribuído por
Carlos com a aprovação de Maria Eduarda que o "achou originalíssimo".
Simbolicamente, "Toca" pode expressar o lado instintivo e animal da
relação entre Carlos e Maria Eduarda na medida em que o nome atribuído lembra a
habitação ou esconderijo de muitos animais.
Porto Editora – Toca na
Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. a 30-04-2023].