CASA DOS CONDES DE GOUVARINHO
Aqui ocorre um dos episódios da crónica de costumes: o jantar em casa dos Gouvarinhos; onde está patente a mediocridade mental da aristocracia e da classe dirigente em temas como: a política, a educação e cultura, o adultério e o papel da mulher na sociedade.
“Mas toda essa semana achou-se
constantemente, sem saber como, na companhia dos Gouvarinhos. Começou por
encontrar o conde, que lhe travou do braço, arrastou-o à rua de S. Marçal,
instalou-o numa poltrona, no seu escritório, e leu-lhe um artigo que destinava
ao Jornal do Comércio sobre a situação dos partidos em Portugal: depois
convidou-o a jantar.” Os Maias, pg. 291
Pouco se sabe sobre a Rua de São
Marçal “que hoje une a Rua da Cruz dos Poiais à Rua da Escola Politécnica”. Na
“Descripção Topographica dos Lemites das Parrochias da Cidade de Lisboa” é
possível concluir que em 1769 “se chamava Rua dos Marcos sendo posterior a
denominação de Rua de São Marçal […]. No entanto, sabendo que após o terramoto
de 1755 e do incêndio que se lhe seguiu Lisboa viu proliferar nas fachadas das
casas, um pouco por toda a cidade, os registos de azulejos com São Marçal,
advogado contra incêndios e patrono dos bombeiros, pode-se formular a hipótese
de que o topónimo seja como que um registo no mesmo sentido.”