HOTEL NUNES (Sintra | cap. VIII)

É em Sintra que “Carlos corre atrás de Maria Eduarda que não chegará a avistar. Com esta viagem e os seus episódios se preencherá todo o capítulo VIII [...]. Carlos parte de Lisboa num break puxado por uma "esplêndida parelha baia". Consigo vai o maestro Cruges” que “leva uma incumbência, por certo da mãe, – trazer de Sintra queijadas [...]”.



“– Vamos para o Nunes, que se come melhor!”

Os Maias, pg. 224

Sintra é um “lugar de vivências românticas: a natureza, os retiros meditativos”, sendo importante referir que “a simbologia da natureza não vale só por si, mas sim como imagem e como representação”.

Carlos Reis, Educação Literária – Leituras Orientadas, Os Maias, Eça de Queirós, Porto, Porto Editora, pp. 32-33

Os dois amigos vão para o Hotel Nunes, ao lado do palácio, hoje substituído pelo Hotel Tivoli.”

A. Campos Matos, Viagens no Portugal de Eça de Queirós (Roteiro), Amarante, Fundação Eça de Queirós, 2000, pg. 58

Carlos acaba por encontrar Eusebiozinho e duas espanholas “e assim, uma farra de gente desqualificada desconstrói a simbologia romântica e poética de Sintra”.

Carlos Reis, Educação Literária – Leituras Orientadas, Os Maias, Eça de Queirós, Porto, Porto Editora, pg. 32


PALÁCIO DE SETEAIS

– A Seteais… Vou mostrar Seteais ao maestro.” Os Maias, Cap. VIII, pg. 235



Mas, ao chegar a Seteais, Cruges teve uma desilusão diante daquele vasto terreiro coberto de erva, com o palacete ao fundo, enxovalhado, de vidraças partidas, e erguendo pomposamente sobre o arco, em pleno céu, o seu grande escudo de armas.” Os Maias, pg. 237

As personagens caminham em direção à curva que os levará a Seteais e é nessa curva “um pouco mais adiante, que surgirá o poeta Alencar, com os seus "largos bigodes românticos". Estava hospedado na Lawrence, já se vê. Os três amigos vão ver Seteais que se encontrava então em estado de abandono. O Palácio de Seteais, hoje hotel de cinco estrelas, mas cujo terreiro é, como sempre foi, público, data de fins do século XVIII e foi mandado construir por um comerciante holandês sendo depois adquirido e restaurado pelo 5.° Marquês de Marialva.”

A. Campos Matos, Viagens no Portugal de Eça de Queirós (Roteiro), Amarante, Fundação Eça de Queirós, 2000, pp. 60-61

O que mais impressiona as personagens é “a paisagem e aquilo que ela evoca”, demonstrando que “tudo está de acordo com a sensibilidade romântica do século XIX”.

É em Seteais que “Cruges, de costas para a planície e entre os dois edifícios que formam aquilo que hoje é um hotel, observa todo o espaço que sobe até ao Palácio da Pena”.

Carlos Reis, Educação Literária – Leituras Orientadas, Os MaiasEça de Queirós, Porto, Porto Editora, p. 32

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