RAMPA DE SANTOS (Aterro)
Sendo um local de passagem ao longo da obra, ganha relevância no episódio final “quando Carlos volta a Lisboa, dez anos depois de ter partido, o que permite uma comparação entre o presente de 1887 e o passado de 1875-1877”. Vão visitando vários sítios que têm para Carlos “significados diferentes, mas estão carregados de valor simbólico”. É durante esse passeio final que Carlos Eduardo e João da Ega reconhecem o “falhanço que leva à desistência”.
Carlos Reis, Educação Literária – Leituras Orientadas, Os Maias, Eça de Queirós, Porto, Porto Editora, p. 34
“E ambos retardaram o passo, descendo para a Rampa de Santos, como se aquele fosse em verdade o caminho da vida, onde eles, certos de só encontrarem ao fim desilusão e poeira, não devessem jamais avançar senão com lentidão e desdém. Já avistavam o Aterro, a sua longa fila de luzes.”
Eça de Queirós, Os Maias, cap. XVIII, pg. 715
Documentos indicam que a Travessa
das Pedras de Santos foi o “arruamento antecessor” da Calçada Ribeiro Santos.
Começava “entre as ruas das Janelas Verdes e de Santos-o-Velho em direção ao
rio, havendo lá três propriedades edificadas. Melhorada e ampliada entre as
décadas de 60 e 70 do século XIX, passando por terrenos, uns públicos e outros
particulares, entretanto, expropriados, veio a confluir na avenida 24 de julho,
ganhando a designação de Calçada de Santos (vulgo Rampa de Santos), o que durou
até 1974”.