RESTAURANTE TAVARES

O "Restaurante Tavares" fica no nº 37 da Rua da Misericórdia, próximo do Loreto e do Chiado, e é mencionado em vários capítulos d’ Os Maias.


Se quiseres saber toda a história deste icónico espaço, acede ao link do blogue «Restos de Coleção»: Restos de Colecção: Restaurante “Tavares Rico” (restosdecoleccao.blogspot.com)

Restaurante Tavares (fotografia do início do séc. XX)

Loreto (Lisboa) - Google Hearth

(presentemente, o restaurante Tavares está fechado e à venda)

No capítulo II, quando Carlos da Maia e Ega se encontram pela primeira vez em Lisboa, eles decidem jantar juntos no "Tavares": "E jantaram no Tavares, em cima, na sala de jantar particular, com duas janelas para a rua.".

No capítulo IV, Carlos da Maia encontra-se com Craft no "Tavares" para discutir um assunto sério: "A rua estava erma e negra. Carlos entrou no Tavares e, sentado à mesa do canto, esperou.".

No capítulo IV, o narrador descreve a cidade de Lisboa à noite e menciona o "Tavares" como um dos poucos lugares que ainda estão abertos: "Lá e além, porém, uma ou outra luz acesa, num café ainda aberto, no Tavares, no Gymnasio Club."

No capítulo VII, Carlos da Maia sai e decide jantar no "Tavares" para acalmar seus nervos: "Carlos, ao sair da Rua de S. Francisco, sentia-se irritado, inquieto; e como passasse defronte do Tavares, decidiu jantar ali, sentar-se à mesa do canto, como habitualmente.".

Descrição do jantar que ocorre no "Tavares": "E o jantar principiou. Era no Tavares. A sala, alta, abobadada, de estuque branco, com guirlandas, tinha ao centro uma mesa em ferradura, comprida, com lugares de cada lado, onde se viam dispostos copos, talheres, guardanapos, pãezinhos, lagostins, pratos de salmão fumado, garrafas de vinho de Borgonha e de Champagne.".

“- Bem, gritou ao cocheiro, vai ao café Tavares...

No Tavares, ainda solitário àquela hora, um moço areava o sobrado. E enquanto esperava o almoço Ega percorreu os jornais. Todos falavam do sarau, em linhas curtas, prometendo detalhes críticos, mais tarde, sobre esse brilhante torneio artístico. Só a Gazeta Ilustrada se alargava, com frases sérias, tratando o Rufino de grandioso o Cruges de esperançoso: no Alencar a Gazeta separava o filosofo do poeta; ao filosofo a Gazeta lembrava com respeito que nem todas as aspirações ideais da filosofia, belas como miragens de deserto, são realizáveis na prática social; mas ao poeta, ao criador de tão formosas imagens, de tão inspiradas estâncias, a Gazeta desafogadamente bradava «bravo! bravo!» Havia ainda outras abomináveis sandices. Depois seguia-se a lista das pessoas que a Gazeta se recordava de ter visto, entre as quais «destacava com o seu monóculo o fino perfil de João da Ega, sempre brilhante de verve.» Ega sorriu, cofiando o bigode. Justamente o bife chegava, fumegante, chiando na frigideira de barro. Ega pousou a Gazeta ao lado, dizendo consigo: «Não é nada mal feito, este jornal!», Os Maias, cap. XVII

Na sequência do excerto anterior, no capítulo XVII, há uma cena em que Carlos da Maia encontra novamente Ega no "Tavares" depois de ter estado dez anos fora de Portugal: "E Carlos entrou no Tavares, onde Ega, estendido numa chaise-longue, esperava fumando, e acariciando com o pé o focinho macio de um buldogue.".


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