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RESTAURANTE TAVARES O "Restaurante Tavares" fica no nº 37 da Rua da Misericórdia, próximo do Loreto e do Chiado, e é mencionado em vários capítulos d’  Os Maias. Se quiseres saber toda a história deste icónico espaço, acede ao link do blogue «Restos de Coleção»:  Restos de Colecção: Restaurante “Tavares Rico” (restosdecoleccao.blogspot.com) Resta urante Tavares (fotografia do início do séc. XX) Loreto (Lisboa) - Google Hearth (presentemente, o restaurante Tavares está fechado e à venda) No capítulo II, quando Carlos da Maia e Ega se encontram pela primeira vez em Lisboa, eles decidem jantar juntos no "Tavares": " E jantaram no Tavares, em cima, na sala de jantar particular, com duas janelas para a rua. ". No capítulo IV, Carlos da Maia encontra-se com Craft no "Tavares" para discutir um assunto sério: " A rua estava erma e negra. Carlos entrou no Tavares e, sentado à mesa do canto, esperou. ". No capítulo IV, o narrador descreve
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CASA DE BENFICA (na estrada de Benfica) A casa que Os Maias tinham em Benfica foi vendida (pelo Vilaça Júnior, o administrador da família) e o seu conteúdo passou, em 1870, para o Ramalhete. Era em Benfica que se localizava o  palacete de Benfica , morada da família Maia, até à juventude de Pedro. Após os acontecimentos fatalistas, que culminam com o suicídio de Pedro, a casa é fechada, e Afonso da Maia muda-se para o Douro (Quinta de Santa Olávia) com o neto Carlos Eduardo da Maia. "Daí a dias fechou-se a casa de Benfica. Afonso da Maia partia com o neto e com todos os criados para a Quinta de Santa Olávia.”  Os Maias (cap. II). “[...] se arrecadarem as mobílias e as louças provenientes do palacete de família em Benfica, morada quase histórica, que, depois de andar anos em praça, fora então comprada por um comendador brasileiro.”  Os Maias (cap. I) De acordo com a entrada BENFICA (Sítio de), no Dicionário de História de Lisboa (Lisboa: Carlos Quintas & Associados -
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  RAMPA DE SANTOS (Aterro) Sendo um local de passagem ao longo da obra, ganha relevância no episódio final “ quando Carlos volta a Lisboa, dez anos depois de ter partido, o que permite uma comparação entre o presente de 1887 e o passado de 1875-1877 ”. Vão visitando vários sítios que têm para Carlos “significados diferentes, mas estão carregados de valor simbólico”. É durante esse passeio final que Carlos Eduardo e João da Ega reconhecem o “falhanço que leva à desistência”. Carlos Reis, Educação Literária – Leituras Orientadas, Os Maias, Eça de Queirós, Porto, Porto Editora, p. 34 “E ambos retardaram o passo, descendo para a Rampa de Santos, como se aquele fosse em verdade o caminho da vida, onde eles, certos de só encontrarem ao fim desilusão e poeira, não devessem jamais avançar senão com lentidão e desdém. Já avistavam o Aterro, a sua longa fila de luzes.” Eça de Queirós,  Os Maias , cap. XVIII, pg. 715 Documentos indicam que a Travessa das Pedras de Santos foi o “arruamento an
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  LORETO, Praça Luís de Camões Após saírem do almoço no Hotel Bragança, "é no Largo das Duas igrejas, ou do Loreto, que João da Ega e Carlos da Maia irão atravessar no capítulo final d’ Os Maias ” iniciando aí o passeio final. A. Campos Matos,  Viagens no Portugal de Eça de Queirós (Roteiro) , Amarante, Fundação Eça de Queirós, 2000, pp. 32-33 “ Estavam no Loreto; e Carlos parara, olhando, reentrando na intimidade daquele velho coração da capital. Nada mudara. A mesma sentinela sonolenta rondava em torno à estátua triste de Camões ”,  Os Maias (cap. XVIII) Em 1880, por ocasião do terceiro centenário de Camões, “resolveu-se colocar no Largo do Loreto a estátua do Épico, dando ao largo, devidamente disposto, nivelado e gradeado, o nome de Praça Luiz de Camões”. In https://lisboadeantigamente.blogspot.com/search?q=largo+lu%C3%ADs+de+cam%C3%B5es, 14-06-2017 (consult. a 30-04-2023, com supressões)
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  ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA Após a revelação de incesto, é nesta estação que Maria Eduarda apanha o comboio em direção a Paris.   “ No dia seguinte, na estação de Santa Apolónia, Ega, que viera cedo com o Vilaça, acabava de despachar a sua bagagem para o Douro, quando avistou Maria, que entrava trazendo Rosa pela mão. ”  Eça de Queirós,  Os Maias , Porto, Porto Editora, 2021, p. 686 A estação de Santa Apolónia foi “inaugurada no dia 1 de maio de 1865” e “ficava na Rua do Cais dos Soldados, diante da Praia dos Algarves. […] Hoje, em terreno conquistado ao rio, corre a Avenida Infante Dom Henrique, entre a estação e a estrada de ferro de um lado, e o cais atracável, de outro, onde se situa o Terminal de Contentores de Santa Apolónia”. Em 1856 foi inaugurado o primeiro caminho de ferro em Portugal, cuja “linha ia de Lisboa ao Carregado. Não foram poucos os que se opuseram à introdução dos caminhos de ferro em Portugal, pois isto parecia um sacrifício estéril para a nação, que de
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 LARGO DE SANTA JUSTA “ Quando perto das quatro horas se apearam à entrada do  Lisbonense , no Largo de Santa Justa, o Palma no portal, com um jaquetão  [ … ]”  Eça de Queirós,  Os Maias , Porto, Porto Editora, 2021, pp. 539-540   O Largo de Santa Justa localiza-se “em direção ao Rossio, até chegarmos à Rua de Santa Justa. A nossa direita fica o largo do mesmo nome onde poderemos recordar o encontro de Carlos da Maia com Palma Cavalão no Lisbonense, um restaurante sórdido que aí existia, muito a dizer com esse jornalista do  Corneta do Diabo . Esse Palma já aparecera no episódio da viagem a Sintra. Estava no  Hotel Nunes  na companhia do Eusebiozinho e de duas meretrizes espanholas. Carlos da Maia vai-lhe comprar as cartas difamatórias que Dâmaso queria publicar anonimamente no  Corneta do Diabo. ” A. Campos Matos,  Viagens no Portugal de Eça de Queirós (Roteiro) , Amarante, Fundação Eça de Queirós, 2000, pg. 48
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  REDAÇÃO DO JORNAL "A TARDE" O jornal  «A Tarde»  aparece em  Os Maias  dirigido pelo Neves, deputado, político.   “Subitamente, com uma ideia, palpou por sobre o bolso a carteira onde na véspera guardara a carta do Dâmaso… «Eu t’arranjo!», murmurou ele. E abalou, desceu a Rua da Trindade, cortou pelo Loreto como uma pedra que rola, enfiou, ao fundo da Praça de Camões, num grande portão que uma lanterna alumiava. Era a redação da  Tarde .”   Os Maias , Porto, Porto Editora, 2021, p. 571 É neste jornal que Ega consegue a publicação da carta do Dâmaso não só como represália da injúria feita a Carlos da Maia, mas também para se vingar de uma possível ligação daquele com a sua ex-amante Raquel Cohen. Todo o diálogo do Ega com o Neves e outros funcionários do jornal lisboeta mostra a atmosfera política, o cinismo e a parcialidade do jornalismo. Porto Editora –  Jornal A Tarde (Os Maias)  na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. a 30-04-2023]. Disponível
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  HOTEL ALIANÇA Vamos descendo o Chiado, mais precisamente, a Rua Garrett. Temos agora à esquerda a casa Havaneza [...] Por cima ficava o Hotel Alliance e é precisamente nesta esquina que João da Ega encontrará o Sr. Guimarães [...]. (cap. XVI) A. Campos Matos,  Viagens no Portugal de Eça de Queirós (Roteiro) , Amarante, Fundação Eça de Queirós, 2000, p. 33   “ Passavam à porta do Hotel Aliança quando Ega sentiu alguém que se apressava, chamar atrás: “Ó Sr. Ega! Vossa Excelência faz favor, Sr. Ega?...” Parou, reconheceu o chapéu recurvo, as barbas brancas do Sr. Guimarães."   Os Maias (cap. XVI)   É após o sarau no Teatro da Trindade que, na saída, junto ao Hotel Aliança, “João da Ega encontra Guimarães e é este quem, numa conversa casual, involuntariamente revela que o Carlos e Maria Eduarda são irmãos”. Carlos Reis,  Educação Literária – Leituras Orientadas,   Os Maias ,  Eça de Queirós , Porto, Porto Editora,  pg. 27
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 TEATRO DA TRINDADE ( Rua Nova da Trindade) Este é um dos espaços onde ocorre um dos famosos episódios da vida romântica d’ Os Maias .   “ Pararam à porta do Teatro da Trindade no momento em que de uma tipoia de praça se apeava um sujeito de barbas de apóstolo, todo de luto, com um chapéu de largas abas recurvas à moda de 1830. “  Os Maias (cap. XVI)   Numa noite de sábado, 30 de novembro de 1867, o Teatro da Trindade abria pela primeira vez as suas portas, nascendo assim aquele que viria a ser, e permaneceu ao longo destes 140 anos, um dos mais importantes e belos teatros de Lisboa. Alguns anos depois, em 1888, foi tomada pública a 1.ª edição de  Os Maias , talvez o mais notável romance de toda a literatura portuguesa. Nele, o seu autor, Eça de Queiroz, imaginou uma significativa cena passada neste teatro, “ O Sarau do Teatro da Trindade ”. In https://lisboadeantigamente.blogspot.com/2016/06/theatro-da-trindade.html, 09-06-2016 (consult. a 17-02-2022, com supressões)
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Quinta dos Olivais – "TOCA" Há quem considere que Eça de Queirós se inspirou na quinta e palácio do Contador-Mor, onde funciona atualmente a Bedeteca (biblioteca de banda desenhada) dos Olivais, em Lisboa.   “ Craft ficava nos Olivais, de  robe-de-chambre . ”  Eça de Queirós,  Os Maias , Porto, Porto Editora, 2021, pg. 199   “ – Isto é encantador! – repetia ela. – É um paraíso! Pois não lhe dizia eu? É necessário pôr um nome a esta casa… Como se há de chamar?  Vila Marie ? Não.  Château Rose … Também não, credo! Parece o nome de um vinho. O melhor é batizá-la definitivamente com o nome que nós lhe dávamos. Nós chamávamos-lhe a  Toca . Maria Eduarda achou originalíssimo o nome de  Toca .  […]”  Os Maias (cap. XIII) A Toca surge “como o lugar dos encontros amorosos de Carlos e Maria Eduarda, nos Olivais. Propriedade de Craft, é arrendada por Carlos para aí residir a sua amada e preservar a intimidade da sua relação. Diz o narrador que "Carlos lembrou se logo d
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 HOTEL CENTRAL “ Entravam então no peristilo do Hotel Central – e nesse momento um coupé da Companhia, chegando a largo trote do lado da Rua do Arsenal, veio estacar à porta. ” Os Maias (cap. VI)   O Hotel Central localizava-se “na Praça do Duque da Terceira, ao Cais do Sodré”. Com o rio de frente, encontrava-se à “esquerda, sobre a praça um edifício, no topo do quarteirão, que dá para a Avenida da Ribeira, hoje ocupado por escritórios. Era o famoso Hotel Central, o melhor hotel da Lisboa desse tempo, onde se hospedavam reis e presidentes. A entrada dava sobre a praça. Na fachada oposta, para uma rua estreita, davam os quartos de Maria Eduarda. Carlos viu-a pela primeira vez no peristilo do hotel.” A. Campos Matos,  Viagens no Portugal de Eça de Queirós (Roteiro) , Amarante, Fundação Eça de Queirós, 2000, pp. 45-46 Aqui desenrola-se um dos episódios da crítica de costumes: o jantar do Hotel Central. É nele que Carlos Eduardo começa a ter um contacto mais alargado “com a soc
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  RUA DO ALECRIM É um local de constante passagem das personagens. “ Nessa tarde, às seis, Carlos, ao descer a Rua do Alecrim para o Hotel Central, avistou Craft dentro da loja de bricabraque do tio Abraão. ” Eça de Queirós,  Os Maias , Porto, Porto Editora, 2021, p. 155 O nome de rua do Alecrim “proveio de uma ermida dedicada a Nossa Senhora do Alecrim” fundada em 1641. A ermida estava situada “ junto da porta de Santa Catharina ” que ocupava o fundo do Largo das Duas Igrejas. in https://lisboadeantigamente.blogspot.com/2020/08/galgou-calcada-do-alecrim.html, 30-08-2020 (consult. a 30-04-2023, com supressões)
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 HIPÓDROMO DE BELÉM As primeiras corridas de cavalos em Portugal ocorreram “em Évora e datam de 1868. […] Em 1874, constrói-se o Hipódromo de Belém e organizam-se corridas em julho e outubro. […] As últimas corridas de cavalos em Belém acontecem em 1893, acabando o Hipódromo em 1900.” Porto Editora – corridas no hipódromo (Os Maias) na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. a 30-04-2023]. Disponível em https://www.infopedia.pt/$corridas-no-hipodromo-(os-maias) Ficava localizado “ no Bom Sucesso, nas traseiras da atual Rua Bartolomeu Dias, com entrada pela Travessa dos Peões ”. Apesar das corridas de cavalos não possuírem, “ em Lisboa, o cariz de encontro elegante que ainda têm em Paris (Longchamps) ou Londres (Ascot) […] chegaram a ser o local mais bem frequentado da cidade, no tempo em que o hipódromo se situava nesta extremidade ocidental da cidade. ” In http://lisboadesaparecida.blogspot.com/2014/04/o-hipodromo-de-belem.html, 17-04-2014 (consult. a 30-04-2023,
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HOTEL NUNES (Sintra | cap. VIII) É em Sintra que “ Carlos corre atrás de Maria Eduarda que não chegará a avistar. Com esta viagem e os seus episódios se preencherá todo o capítulo VIII [...]. Carlos parte de Lisboa num break puxado por uma "esplêndida parelha baia ". Consigo vai o maestro Cruges” que “ leva uma incumbência, por certo da mãe, – trazer de Sintra queijadas [...]”. “– Vamos para o Nunes, que se come melhor!” Os Maias , pg. 224 Sintra é um “lugar de vivências românticas: a natureza, os retiros meditativos”, sendo importante referir que “a simbologia da natureza não vale só por si, mas sim como imagem e como representação”. Carlos Reis, Educação Literária – Leituras Orientadas, Os Maias, Eça de Queirós, Porto, Porto Editora, pp. 32-33 Os dois amigos vão para o Hotel Nunes, ao lado do palácio, hoje substituído pelo Hotel Tivoli.” A. Campos Matos, Viagens no Portugal de Eça de Queirós (Roteiro), Amarante, Fundação Eça de Queirós, 2000, pg. 58 Carlos acaba
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CASAS DO CRUGES 1ª casa “ Na manhã seguinte, às oito horas pontualmente, Carlos parava o break na Rua das Flores, diante do conhecido portão da casa do Cruges. ” Os Maias , pg. 218 Sem grandes informações disponíveis, “ foi um topónimo fixado na memória da cidade em data que se desconhece, embora se saiba que existia após o terramoto de 1755 ”. In http://www.cm-lisboa.pt/index.php?id=8565 (consult. a 30-04-2023, com supressões) Vitorino Cruges é um “ artista romântico ” que possui um “ caráter insociável, sombrio e melancólico ”. Frequenta o Ramalhete, local “ onde é admirado pela sua arte como músico ”. Carlos Reis, Educação Literária – Leituras Orientadas, Os Maias, Eça de Queirós, Porto, Porto Editora, p. 83 2ª Casa  (Rua Ivens, Lisboa) A “ Rua Ivens foi fixada por Edital municipal de 07/09/1885 na Rua de São Francisco ”. “ Onde diabo morava então o Sr. Cruges? A criada dissera que o Sr. Cruges vivia agora na Rua de S. Francisco, quatro portas adiante do Grémio .” Os Maias ,
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  CASA DO DÂMASO , Lisboa “ […] DÂMASO CÂNDIDO DE SALCEDE, por baixo as suas honras – COMENDADOR DE CRISTO, ao fundo a sua  adresse  – Rua de S. Domingos, à Lapa” Os Maias, pg. 188 A “ Rua de São Domingos foi fixada na memória da Lisboa seiscentista ”, já sendo “ referida nas plantas executadas após a remodelação paroquial de 1770, sendo então pertença das freguesias de Santos e da Lapa. Vulgarmente, também foi por vezes conhecida e referida como Rua de São Domingos à Lapa. ”. in https://toponimialisboa.wordpress.com/2016/01/15/a-rua-de-sao-domingos-ate-ao-fim/, 15-01-2016 (consult. a 30-04-2023, com supressões) Dâmaso Salcede é o “ tipo do lisboeta novo-rico e pedante ” que “ vive das aparências e da ostentação de uma vida supostamente elegante ”. Carlos Reis, Educação Literária – Leituras Orientadas, Os Maias, Eça de Queirós, Porto, Porto Editora, pg. 92
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CASA DOS COHEN , Lisboa “E o Alencar, perante esta intimação do Cohen, o respeitado diretor do Banco Nacional, o marido da divina Raquel, o dono dessa hospitaleira casa da Rua do Ferregial onde se jantava tão bem, recalcou o respeito […]” Os Maias , pg. 167 O olisipógrafo Norberto de Araújo descreve “ [...] que a Rua do Ferregial quinhentista corria do lado norte de Vítor Cordon de hoje; para perpectuar o nome nas aproximações topográficas ficaram na reedificação do sítio a Rua do Ferregial de Cima, que assim se chamou até 1890 a Rua Vítor Cordon, a incaracterística Rua do Ferregial de Baixo, que é esta que conduz ao Alecrim, a Calçada do Ferregial, que liga Vítor Cordon, num ângulo recto, à Calçada ”. in https://toponimialisboa.wordpress.com/2018/08/06/o-sitio-do-ferragial-em-tres-arterias-lisboetas/, 06-08-2018 (consult. a 30-04-2023, com supressões) Jacob Cohen é uma personagem-tipo que representa “ a alta burguesia capitalista ”. É “ [...] admirado e escutado com reverência
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 CASA DOS CONDES DE GOUVARINHO Aqui ocorre um dos episódios da crónica de costumes : o jantar em casa dos Gouvarinhos ; onde está patente a mediocridade mental da aristocracia e da classe dirigente em temas como: a política, a educação e cultura, o adultério e o papel da mulher na sociedade. “Mas toda essa semana achou-se constantemente, sem saber como, na companhia dos Gouvarinhos. Começou por encontrar o conde, que lhe travou do braço, arrastou-o à rua de S. Marçal, instalou-o numa poltrona, no seu escritório, e leu-lhe um artigo que destinava ao Jornal do Comércio sobre a situação dos partidos em Portugal: depois convidou-o a jantar.” Os Maias, pg. 291 Pouco se sabe sobre a Rua de São Marçal “que hoje une a Rua da Cruz dos Poiais à Rua da Escola Politécnica”. Na “Descripção Topographica dos Lemites das Parrochias da Cidade de Lisboa” é possível concluir que em 1769 “se chamava Rua dos Marcos sendo posterior a denominação de Rua de São Marçal […]. No entanto, sabendo que após o ter
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  CASA HAVANESA (Chiado) Juntamente com o Grémio Literário, é um dos espaços sociais “ frequentados por personagens da sociedade portuguesa do século XIX ”. Carlos Reis, Educação Literária – Leituras Orientadas, Os Maias, Eça de Queirós, Porto, Porto Editora, p. 19 “ Esta piada era botada no Chiado, à porta da Havanesa, ao Maia, ao Maia dos cavalos ingleses, um tal Maia do Ramalhete, que abarrota por aí de catita. ” - Os Maias, cap. XV “ A uma esquina, vadios, em farrapos fumavam; e na esquina defronte, na Havanesa, fumavam também outros vadios, de sobrecasaca, politicando. ” Os Maias, pg. 697 A Casa Havanesa foi fundada entre 1855 e 1865 “na Rua Garrett 124-134”. Um anúncio que data 1905 garante que era um “grande depósito de tabacos nacionais e estrangeiros”. No momento da sua abertura, “agia como uma parte extra do Banco Burnay. O cliente entrava no banco no Largo do Chiado, pedia um empréstimo e, à saída, podia comprar um charuto cubano. Durante a crise financeira de 1876, q
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  VILA BALZAC (Lisboa) A Vila Balzac “é a casa que João da Ega prepara para, segundo diz, viver em retiro de filósofo”. A Vila Balsac, ficava algures na Graça, em Lisboa,  e é o retiro amoroso de João da Ega. O nome escolhido leva-nos a duas características fundamentais do carácter da personagem: a tendência de Ega para a criação literária, geralmente adiada, mas sempre entusiasticamente planeada, e a sua personalidade contraditória, porque, escolhendo como “seu padroeiro” um escritor realista, Ega acaba agindo de acordo com o Romantismo. Nesta casa, destacam-se o quarto e a sala. Ega passa grande parte do seu tempo no quarto. Este tem cor vermelha relacionada com a vida e a morte; e um espelho que enfatiza o carácter narcisista e ocioso de Ega. Na sala não existe qualquer tipo de decoração, é uma espécie de espaço de um “intelectual”, o que faz a oposição entre as ideias que manifesta e aquilo que é, uma vez que a sua sensualidade sobrepõe-se à sua faceta intelectual. “ Não havia um
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 CASA DOS CASTRO GOMES (Rª de S. Francisco) No prédio ao lado do Grémio Literário “h abitava Maria Eduarda, a maior criação romanesca feminina do século XIX português. ”. No mesmo prédio, morava também o maestro Cruges. in https://lisboadeantigamente.blogspot.com/2015/11/gremio-literario.html, 25-11-2015 (consult. a 30-04-2023, com supressões) A casa de Maria Eduarda ficava na rua de São Francisco e era propriedade da mãe de Cruges. Maria vivia no primeiro andar, alugado a ela e a Castro Gomes. É a partir dos espaços onde Maria Eduarda esteve, nomeadamente nesta casa, que Carlos vai tentando adivinhar a personalidade que a caracteriza. Na primeira vez que Carlos vai à casa de Maria, quando da visita a Rosa, este apreende neste espaço uma atmosfera de intimidade, sensualidade e luxo. Na segunda vez, Carlos considera a casa acolhedora, que por sua vez lhe transmite várias sensações: o bom gosto e o requinte de algumas peças, onde se destacam o Manual de Interpretação de Sonhos e uma cai
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  GRÉMIO LITERÁRIO (Chiado) Este é um dos espaços sociais “ frequentados por personagens da sociedade portuguesa do século XIX ”, sendo um local relevante na “representação realista que encontramos n’ Os Maias ”. Carlos Reis,  Educação Literária – Leituras Orientadas,   Os Maias ,  Eça de Queirós , Porto, Porto Editora,  p.   19 " “ Uma ou duas vezes que Carlos entrara casualmente no Grémio, Dâmaso abandonou logo a partida, indiferente à indignação dos parceiros, para se vir colar à ilharga do Maia  […]” Os Maias, cap. VII O  Grémio Literário  “ foi criado por carta régia de D. Maria II em 18 de Abril de 1846 ” e teve “ sedes sucessivas sempre na zona do Chiado ”, tendo-se finalmente instalado “ em 1875, no palacete do visconde de Loures, na rua então de S. Francisco. […] As suas salas, a biblioteca, o famoso gabinete de leitura de jornais foram frequentados por gerações sucessivas de sócios e menção do Grémio Literário encontra-se em muitas obras de autores célebres […] e sobretu